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TOP 10: Realidades Alternativas

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Toda série de televisão é um universo, um micro-cosmo, ou como você queira chamar. Nada mais natural que os criadores de alguns seriados, depois de algumas temporadas, revejam suas decisões. Eles param e pensam: “E se…?”. É assim que surgem os episódios com realidades alternativas. Eles são confusos sim, mas são sempre um prato cheio para questionamentos e para o debate sobre a natureza das personagens. Vamos ao TOP 10?

10) Felicity

 Felicity levava o nome da personagem principal do seriado, mas bem que a série poderia se chamar “A escolha de Felicity”. O seriado que deveria acompanhar a trajetória de uma jovem mulher em direção a maturidade logo caiu na cafonice de ser um desses seriados que giram em torno de um triângulo amoroso e, pior, um daqueles seriados que só eliminam um dos três elementos do triângulo nos 45 minutos do segundo tempo. A “escolha de Felicity” era complexa: namorar Noel, um cara bonitão e tudo de bom que tinha tudo em comum com a garota, mas cuja química não era tão borbulhante, ou escolher Ben, a paixonite de adolescente, igualmente bonitão, mas que se enquadrava um pouco naquela categoria de gente-com-defeito. Felicity quebra todas as regras quando em um episódio, perto do final da série, a garota volta no tempo e refaz  a tal escolha. A vida de todo mundo ao seu redor, óbvio, muda e vemos até gente que andava sumida de volta.

Felicity fica com o décimo lugar justamente por ter feito todo mundo perceber que sempre é bom rever suas escolhas e que sempre é tempo de voltar atrás. Se tudo muda e fica mudado? Aí você tem que assistir até o fim para saber.

9) F.R.I.E.N.D.S

Mônica e Rachel, de Friends, em versões alternativas.

Há quem acredite que a ideia de inserir uma realidade paralela/alternativa em um seriado de televisão só aparece quando não se tem mais histórias para contar. Disso eu discordo. Acho que em alguns casos, como foi o caso de Friends, os personagens se tornam tão queridos e tão humanos que acabamos nos perguntando: será que esses personagens seriam iguais, tão cativantes, se tivessem passado por diferentes momentos? E mais importante no caso de Friends: será que se tivessem vivido vidas diferentes, seriam amigos? A resposta é sim, claro! Mônica, Chandler, Joey, Ross, Phoebe e Rachel do universo alternativo parecem outras pessoas e ao mesmo tempo não poderiam ser mais fiéis aos seus perfis e suas histórias. Há quem só preste atenção no nariz de plástico de Jennifer Aniston ou na “roupa” de e gorda de Courtney Cox, mas o episódio é uma lição sobre destino e amizade.

08) The O.C.

Quem me conhece sabe: Nunca levei The O.C. a sério. Não é que a série fosse fraca, ou melhor, não é só que a série era fraca, é que as séries adolescentes que começaram depois dos anos 2000 dificilmente detiveram muito da minha atenção e carinho. The O.C. levou o elenco ao estrelato e garantiu emprego a boa parte dos novatos entre o elenco. Rachel Bilson até hoje tem um seriado e, muito tempo depois do fim da série, Seth Cohen (Interpretado por Adam Brody) ainda é o garoto dos sonhos de muitas meninas. O interessante é que The O.C. desandou. Era tanto drama e tantas reviravoltas que em duas temporadas a série já tinha esgotado todas possibilidades criativas. Logo depois Mischa Barton, ninguém menos que a atriz de maior destaque do seriado, decidiu pedir as contas. A personagem de Mischa, Marisa, então morre. A série só consegue tempo suficiente para dar uns últimos suspiros, fechar as pontas soltas e sair do ar.

Todavia, antes de deixar o ar a série nos contemplou com um dos melhores episódios de realidades alternativas. No episódio, Ryan sofre um acidente e, em coma, vive sua vida em uma realidade na qual nunca tinha ido para The O.C.. O motivo? O moço se sentia culpado pela morte de Marisa e imaginou como seria a vida longa e feliz da moça caso seus destinos nunca tivessem se cruzado. Ele vai até The O.C. e acaba descobrindo que naquela realidade Marisa também estava morta, só que havia morrido algum tempo antes. Marisa havia morrido de overdose em Tijuana. Imediatamente somos levados a cena de Tijuana na qual Marisa toma um monte de remédios e é salva por Ryan. Um episódio lindo, uma lição sobre o inevitável e um ótimo material sobre o luto. Não respeito muito a série, mas esse episódio é bom o suficiente para entrar nesse rank.

07) Buffy – Normal Again

Buffy em Normal Again

Hoje Joss Whedon é um aclamado diretor de filmes blockbuster, mas a mente criativa de Whedon já foi admirada pelos fãs xiitas de Buffy, a Caça-Vampiros, que viram vários episódios diferentes irem ao ar. Um desses episódios bem feitos e premiados foi Hush, o episódio mudo. Outro episódio interessante é o musical, Once More, With Feelings. Normal Again também é um desses episódios cuja trama da temporada é deixada um pouco de lado para dar lugar a um grande “E se…”. No episódio toda a realidade de Buffy é tomada por um delírio da caça-vampiro, que na verdade é uma menina doente que imaginou toda uma realidade alternativa na qual ela é uma espécie de super-heroína que salva o mundo de monstros. O episódio além de ser extremamente bem escrito, tem um final surpreendente e mostra que Sarah Michelle Gellar não é só engraçadinha. Ela sabe atuar! Juro!

06) Grey’s Anatomy

Grey's Anatomy

Shonda Rhimes já foi sinônimo de qualidade na TV. A criadora de Grey’s Anatomy, Private Practice e do recente Scandal, tem também uma certa criatividade para diferentes formatos. Grey’s já viveu muitas temporadas, tempo o suficiente para ver um episódio com ares de documentário, um episódio sobrenatural, um episódio músical e uma realidade alternativa. A ideia de Shonda ao criar o episódio If/Then era simples: mostrar como nossas escolhas, das menores até as mais dramáticas, moldam quem somos, ou que tipo de pessoa nós passamos a ser.  Shonda vai ainda mais longe e chega até a entrar na teoria do efeito dominó na qual as ações ou escolhas de  um indivíduo afetam direta e dramaticamente a vida de outros.

O que tem de melhor no episódio? É que como a maioria dos episódios de realidades alternativas um tema é super bem trabalhado: o tal destino. No mundo que não veio a ser de Grey’s, little Grey, a Lexie, nunca conheceu a irmã, e acabou perdendo a mãe (de soluço, lembram?) e o pai, já que nunca conheceu a irmã e por consequência nunca a convenceu a doar uma parte do fígado para ele. Lexie é outra personagem. Desiludida e desenganada (e tatuada com dreads?), ela se entrega as drogas e, ao fim do episódio, acaba morrendo uma morte prematura. Quem viu o final da 8ª temporada de Grey’s Anatomy sabe que a realidade alternativa faz qualquer espectador se questionar: Será que certos caminhos e acontecimentos são inevitáveis para certos personagens?

05) Fringe

Fringe

Vamos combinar que Fringe é um dos melhores seriados de ficção científica dos últimos tempos e que a série resistiu bravamente ao cancelamento durante anos. A Fox, tão famosa pelos cancelamentos abruptos, aprendeu a sua lição e entendeu a diferença entre uma audiência grande e uma audiência fiel. Fringe integra essa lista não por ter um ou outro bom episódio de realidade alternativa, mas sim por ter tido as bolas a coragem de incluir os universos alternativos como parte do seu enredo! É confuso para novos fãs? sim! É confuso até para os fãs antigos? Muitas vezes! Mas a poesia da realidade alternativa reside justamente na visão que temos de dois mundos nos quais diferentes escolhas foram feitas. Em um mundo existem zepelins, no outro aviões. Em um mundo o World Trade Center está lá, firme e forte no coração de Manhattan, no outro as torres foram derrubadas. Ficamos sedentos por explicações, por um fio de Ariadne que possa desenrolar-se e explicar toda as diferentes histórias de cada um dos universos.  E para não dizer que sou hipócrita: uma Anna Torv é bom, mas duas é melhor ainda, não?

04) Charmed

Charmed

Charmed tem uma história meio triste de decadência. Porém enquanto a série ainda era interessante e Shannen Dorhety ainda era parte do elenco interpretando a saudosa Prue, a série teve bons momentos. Apesar de alguns epísódios de realidades alternativas mereceram integrar o TOP, só que ao contrário, um episódio da 2ª temporada merece essa quarta posição: Morality Bites. No episódio  vemos uma visão de futuro. Em um futuro não muito distante Phoebe é presa por assassinato de um homem e é condenada a pena de morte em uma fogueira. Nesse universo tudo está fora da ordem. O mundo sabe sobre as bruxas e seus poderes, todos os seres mágicos vivem com medo de serem identificados, Prue vive uma vida milionária e miseravelmente solitária e Piper e Leo vivem separados e tiveram uma filha chamada Melinda. Esse futuro nunca acontece, mas a lição é uma lição que guia Charmed até o fim da série. Apesar de a série esquecer de regras que eles mesmos criaram em episódios seguintes, a lição de Morality Bites jamais é esquecida. As missão das bruxas é sempre proteger os inocentes e não punir os culpados. No final do episódio Phoebe aceita seu erro e sua punição e acabamos entendendo a diferença entre justiça e vingança.  O episódio é tão relevante para a série que na 9ª temporada, que acontece em quadrinhos, a história é revisitada e finalmente descobrimos as motivações de Phoebe para o tal assassinato.

03) Star Trek

Star Trek

Sempre que debatemos um TOP do TVW vivemos aquele dilema. Seria justo dar os primeiros lugares, de qualquer tema, aos que fizeram melhor, aos que fizeram primeiro, ou aos que o fizeram de maneira mais memorável? Acabamos decidindo sempre misturar os critérios  e fazer um rank justo e honesto com os três tipos de reconhecimento. No caso de Star Trek é mérito por pioneirismo. A série é tipo a vovó dos universos alternativos. Dentro da mitologia do seriado, o episódio Mirror, Mirror introduziu o conceito de realidade espelhada aos telespectadores. Na trama alternativa a tripulação era maligna. Tá certo que tudo foi feito de uma maneira canastrona, e deixaram o Spock maligno com uma barbicha para que os telespectadores menos sagazes pudessem perceber a maldade ali retratada. Anos mais tarde é comum a referência em vários seriados. Charmed fez um episódio duplo onde o mundo do espelho era mostrado e até a comédia Community fez a sua homenagem ao universo alternativo de Star Trek.

02) Buffy – The Wish

Buffy - The Wish

Não escondemos de ninguém que Buffy é a nossa paixão. Há quem diga por aí que o SBT formou seu caráter. No nosso caso aprendemos ensinamentos básicos de amizade, poder, feminismo e até sexualidade em Buffy. Não é surpresa então que o seriado esteja duas vezes nesse rank. Em The Wish, Cordélia faz um desejo a demônia Anyanka: “I Wish Buffy Summers had never come to Sunnydale”. E assim, tudo muda. A cidade está cheia de vampiros, Giles é um guardião solitário sem propósito, Xander e Willow viraram vampiros e Buffy acaba indo parar na outra boca do inferno: Cleveland. O episódio ganha tons dramáticos quando tudo dá errado e sentimos um aperto no coração pelo encontro de personagens e o círculo de amizade que não se forma. Buffy acaba morrendo nas mãos do mestre e outra vez ficamos embasbacados pelo conceito: uma pequena escolha ou ação pode mudar a vida de muita gente.

O mais legal? As profecias de realidades alternativas acabam fazendo sentido. Nesse episódio Willow já tem tendências lésbicas e Buffy acaba a sua vida de caçadora de vampiros sozinha e… bem… morta! A história acaba se repetindo e nos fazendo acreditar que personagens ficcionais tem uma natureza tão forte que mesmo em múltiplas realidades alguns traços mais marcantes são mantidos e alguns desdobramentos e eventos são inevitáveis. Uma coisa meio Maktub, já estava escrito, saca?

01) Being Erica

Being Erica

Being Erica é simplesmente uma tentativa de explicar a fascinação dos seres humanos por realidades alternativas. Será que gostamos de ver universos possíveis de personagens de ficção justamente por nos questionarmos o quanto nossas vidas seriam diferentes caso tivéssemos aceitado aquele trabalho, feito aquele curso na faculdade, se aquela pessoa não tivesse dado um pé na bunda, ou se aquela pessoa não tivesse morrido tão cedo… Eu mesmo me questiono isso o tempo todo e pior ainda, penso em momentos de pequenas decisões até, como aquele dia em que você decidiu atender o telefone, depois decidiu sair, depois conheceu aquela pessoa e tudo mudou na sua vida. Nem sempre é uma decisão grande que muda tudo.

Plenamente consciente das possibilidades, de todas as escolhas que moldaram a sua vida como ela é hoje, você só tem duas alternativas: viver em em um looping de arrependimento ou tentar mudar no presente o que você acha que deveria ter sido diferente no passado. Em Being Erica a personagem principal, Erica Strange tem uma terceira opção: voltar ao passado e reescrever sua história. Aí entra o conceito de realidade alternativa. A partir do momento que Erica muda sua história a realidade alternativa é a sua primeira versão, seu rascunho de vida. O melhor do seriado? Não é uma questão de salvar o mundo, não falamos de super-heróis, não falamos da história da humanidade. Falamos apenas de uma garota, cuja vida comum tem seu valor potencializado a ponto de seguirmos cada um dos minutos e decisões de sua vida como se ela fosse o centro do universo.

A beleza de Erica? As vezes Erica volta ao passado e percebe que tudo aconteceu como deveria e que uma realidade alternativa não é necessária, que uma nova escolha não faz sentido, por mais que a primeira tenha doído, por mais sofrimento que os acontecimentos tenham causado. É essa a lição: não importa em que realidade, você tem é que ser feliz com as escolhas que fez.


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